Poder
suprir as necessidades da planta à curto prazo é uma das vantagens da
hidroponia, mesmo que esse trabalho não seja fácil. A observação de tudo que se
passa na estufa é fundamental, em especial com a solução nutritiva. A medição
de condutividade elétrica (através do condutívmetro) e pH (peagâmetro) por mais
simples e rotineira que seja pode indicar informações preciosas para a boa
manutenção do sistema.
CE 50% menor na
maternidade
A CE se
deve a quantidade de cátions e ânions liberados pelos nutrientes na água, então
quanto menos nutrientes, menor a condutividade. Por exemplo, o nitrato de
potássio (KNO3) dissolvido na água se transforma nos íons K+
(cátion) e NO3- (ânion). Sendo a redução da CE
proporcional a quantidade de nutrientes consumidos a reposição fica bem fácil
de ser realizada. “Basta repor a água no seu nível anterior e medir a
condutividade elétrica. A porcentagem de diminuição em relação a condutividade
inicial deve ser reposta.” explica o professor Jorge Barcelos, do Laboratório
de Hidroponia da Universidade Federal de Santa Catarina. Estar atento à
condutividade ideal de cada espécie é outro ponto importante e que fará
diferença na produção por planta.
Em
pesquisa realizada na Universidade Federal do Ceará, coordenada pelo
pesquisador Ismail Soares, foram testadas 5 condutividades diferentes para a
cultivar de alface Verônica. Enquanto as condutividades muito baixas não forneciam
nutrientes suficientes às plantas, o valor mais alto 2mS/cm trouxe dificuldades
para absorção destes, a pesquisa constatou então que a CE ideal para essa
cultura é de 1,80 mS/cm.
os
pesquisadores sofreram o impacto de não poderem fazer análise química da
solução com muita freqüência. Quando a análise foi feita, o índice de potássio
que deveria estar em 180 ppm numa produção de alface, estava em apenas 8 ppm.
“Havia muitas plantas em idade avançada e que já deviam ter sido colhidas, as
quais são vorazes por potássio e micronutrientes” alega Jorge Barcelos . Embora
a diminuição da condutividade elétrica não indique quais nutrientes foram mais
utilizados, a proporção é praticamente a mesma quando o sistema é bem manejado.
“O potássio é o único que tem um consumo acima da média à medida que a planta
cresce, daí passamos a acrescentar um pouco mais desse nutriente na reposição
proporcional” conta Rafael Simoni, estudante de agronomia e bolsista do
Laboratório.
Outra dica
é não cultivar plantas com idades diferentes com a mesma solução. O consumo dos
nutrientes não é o mesmo em todas as fases e assim o erro da reposição feita
apenas por cálculos de condutividade pode prejudicar a produção. No Laboratório
de Hidroponia, a reposição de Potássio em maior quantidade é feita por conta
dessa condição, ou seja, cada reservatório de solução nutritiva atende plantas
de mesma idade. “Assim é fácil monitorar, e até mesmo variar, a CE e a
formulação de nutrientes ao longo do ciclo da cultura conforme a necessidade da
planta” comenta o professor.
A saída
para o produtor que tem plantas de diferentes idades atendidas pelo mesmo
reservatório é fazer trocas regulares da solução ou fazer análise química mais
frequentemente, a fim de manter a solução mais equilibrada, garantindo a boa
nutrição da planta.
Marcas do pH incorreto
O controle
de pH não deve ser descuidado, embora não sofra tanta variação como a CE. Ele
pode trazer prejuízos à plantação caso o valor esteja além dos limites
recomendados. O pH fora da faixa adequada (5,5 – 6,5) torna alguns nutrientes
menos disponíveis. Por exemplo, quando está básico (pH alto), os
micronutrientes (Ferro, Manganês, Zinco e Cobre) tendem a ficar indisponíveis.
“Na hidroponia trabalhamos só com os nutrientes essenciais, todos com a mesma
importância. Qualquer um dos nutrientes que deixar de ser absorvido prejudicará
o desenvolvimento da planta”, pondera Jorge Barcelos.
Para
fazer o pH voltar ao seu nível ideal pode-se usar hidróxido de potássio em caso
da solução estar ácida e ácido cítrico ou fosfórico quando ela estiver básica.
O ácido fosfórico é indicado quando a área de correção for pequena ou houver
pouca variação. Na hora da aplicação é importante lembrar o poder desses
produtos (tanto pela elevada concentração quanto pelos riscos durante a
manipulação) e diluí-los em água antes de adicionar no reservatório. Barcelos
indica cuidados para que não se exagere na dose e o problema se inverta: “É
preciso mexer a solução e ter paciência para que faça efeito e, caso
necessário, adicionar mais, aos poucos”.
Produtores já habituados a monitorar o pH, às
vezes não entendem o que há de errado com a produção. Um equívoco comum que, em
alguns casos, pode ser resolvido com a calibragem dos aparelhos. Felipe
Kawakami, engenheiro agrônomo da empresa Hanna Instruments aconselha que o
aparelho seja recalibrado semanalmente. A recalibragem é feita colocando o
aparelho em uma solução padrão e acertar com as “chavinhas” ou optar pôr
modelos mais modernos, como o HI 98130 que faz a calibragem automática depois
de ser colocado na solução.
Justo o que procurava sobre peagametro, obrigada
ResponderExcluir